Quais as reais chances do piloto Schumacher ? O que devemos esperar da Ciência após traumatismo craniano?



  Todos se abateram fortemente com a tragédia sofrida no dia 29 de dezembro de 2013 pelo piloto alemão de Fórmula 1 Michael Schumacher. Depois de algumas intervenções cirúrgicas para drenagem de hematomas no cérebro e alívio da pressão elevada na cabeça, e quase seis meses do acidente, a imprensa alemã noticia quase eufórica que o piloto já respira sem as mesmas dificuldades e pode se comunicar com os olhos com os familiares. Compreensível que o fato seja motivo de alegria e impolgação para a família e para os fãs, mas devemos nos perguntar, passado o otimismo inicial, quais as reais chances do piloto.

        Após um acidente em velocidade, distinguimos as lesões focais, secundárias ao choque direto (contra a pedra, por exemplo), das lesões difusas, mais extensas (causadas por desaceleração brusca, como foi o caso do maior fã dos brasileiros, o Ayrton Senna). Sem sombra de dúvida, as lesões difusas, por envolverem maior energia, são muito mais graves. Não obstante, lesões focais com choques direto frequentemente causam acidentes graves, como foi o caso do Schumi (apelido carinhoso que os alemães o deram). Para esses doentes, mesmo com atendimento inicial impecável (e podemos supor que o atendimento tenha sido dentro dos padrões esperados), a recuperação muitas vezes é impossível e o traumatismo que se estabelece é gravíssimo. Porquê? Em primeiro lugar, o cérebro sofre com perda de sangue, com o menor teor de oxigênio (o doente em coma respira mal ou não respira), e com a pressão elevada na caixa craniana. Não bastasse isso, o cérebro do adulto não se regenera! OPA! Aí exageramos...

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